sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sigo-te!

Sigo a tua presença por caminhos sinuosos para saber quem és.
Procuro teu nome por entre os teus passos subtis e percorro largas distâncias, entre portas e portões, para desvendar a tua morada. Anseio surpreender-te, bloquear teu olhar, prender-te o rosto e tranquilizar as tuas feições desconfiadas.
Sigo-te de pedra em pedra, de lado para lado, até que tu me encontres ao acaso, sem entenderes que eu estava mesmo no teu alcance.
Sigo teu perfume, que flutua pelo ar, com a esperança que ele me leve até àquela esquina onde te vigio ao longe e peço ao vento que sopre no teu rosto... Voltas tua face para mim... eu aceno com fugazes sorrisos e expectante de uma aproximação forçada, normal! Aí te deparas com a minha presença acanhada, esvoaças um riso subtil, caminhas na minha direcção... ansiosa que seja naquele momento em que tropeces sobre mim, um olá talvez! Mas miras de canto e segues noutra direcção!
Desolada sigo-te, pela manhã, pela tarde, até à noite.
Sigo as marcas dos teus passos com suspiros ansiosos de encanto por te sentir cada vez menos distante...
Sigo-te uma vez, mais outra e outra... Não importa!
Sigo-te para que me enfrentes de uma vez!
Trago meu peito aberto, procuro o momento... já não tens coragem de esconder teu coração!
Podes tentar de novo, agora ou depois... Já não podes fugir mais...
Sigo-te no meu inconsciente, agora já bem longe de ti...
Silêncio pedido, silêncio cedido...
É então que sentes a ausência dos meus passos nos teus...
Agora sentes, agora pedes que regresse para te seguir...
Sigo-te em minha própria direcção, por entre palavras que já permitem revelar a essência do teu olhar!
Sigo-te sempre, hoje mais do que nunca, por todas as tuas moradas, por todos os teus passeios, por todas as pedras do caminho, de porta em porta, mudando de direcção ou não...
Sigo-te... Com a tua mão... na minha mão!

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